Wednesday, June 27, 2007

Trabalho de Psicologia da Educação - O ser e o ter

PEQUENA ANÁLISE DA PSICOLOGIA DO HOMEM



O ser humano se diferencia dos animais per ter um telencéfalo altamente desenvolvido e possuir polegar opositor. Assim diz o documentário. O telencéfalo permite que homem processe uma grande quantidade de informação recebida através de seus cinco sentidos e assim se relacionar com o ambiente em que se encontra. Mas além disso o aperfeiçoamento do telencéfalo permite ao homem pensar e emitir conceitos, registra informações e as resgata quando precisa e quer, fazendo com que o homem cada vez mais se aperfeiçoe e crie tecnologias que o auxiliam em sua jornada pela vida.
O homem pensa, é inteligente, vive em sociedade, e por isso cria regras para manter a harmonia da sociedade, cria conceitos abstratos como valores e ética para tentar viver bem. E divaga sobre si e sobre o universo. E se sente o ápice da criação, pelo menos nunca se viu um ser vivo tão especial como o ser humano.
Porém o homem ainda está aprendendo, apesar de sua perfeição ele não é perfeito: comete erros. E muitos erros por sinal. É movido por uma miríade de sentimentos, emoções e instintos que o fazem desenvolver certas condutas que não condizem com seu desejo de viver em paz e harmonia. Desenvolve assim sentimentos de egoísmo, inveja, intolerância, ira, e muitos outros que culminam com a guerra, desigualdade, ódio, corrupção e busca pelo poder...
O homem possui um mar de criatividade. Criou instituições e definiu padrões para quantificar o trabalho: criou o dinheiro. O dinheiro é bom, porém o homem tem uma tendência de acumular pra si aquilo que lhe dá prazer. O dinheiro em si não dá prazer, pelo menos não para aqueles que não sabem lidar com o poder que o dinheiro tem, mas ele compra e compra com muita facilidade àqueles que tem fraqueza de caráter e falta de valores.
Não observamos esses aspectos nos animais. Não conhecemos manifestações de inteligência que seja comparada à do homem em qualquer ser vivo que conhecemos. Os animais tem instinto que os impele para vida e isso garante a sobrevivência da espécie, precisam de pouco que lhes seja suficiente para viver: alimento, água, abrigo e condições ambientais favoráveis. O homem precisa de tudo isso e mais um pouco. Precisa trabalhar! E através do trabalho que prova o seu valor e por isso é pago em dinheiro como forma de reconhecimento pelo trabalho, parece até estranho mas é uma invenção humana, e uma boa invenção por sinal, pois só chegamos a construir civilizações por causa disso: o trabalho. Não se observa o trabalho na maioria dos animais, exceto nos insetos sociais, que não se compara ao homem pois é um impulso do instinto, e não uma convenção com o significado que o trabalho possui para o homem.
Através do trabalho o homem pode acumular riquezas, isso de forma justa. Mas nas sociedades existem os indivíduos que destoam, e alguns acumulam riquezas de forma não justa, reprováveis e indignas, tais como roubo, corrupção e demais formas de desvios de conduta.
O homem pode explorar a si mesmo, pois, dono de riquezas e meios de produção de riquezas pode não reconhecer o trabalho de seus empregados e assim não pagar o devido valor à seus trabalhos. E tristemente a história nos conta sobre os escravos e o tratamento que recebiam. É difícil analisar isso em poucas linhas.
A complexidade dos relacionamentos humanos o impulsiona à evoluir, nem que leve muito tempo ainda, o homem irá evoluir ou se destruir. Apesar de criar regras para a sociedade o homem é livre para aceita-las ou não. As opiniões que divergem das regras podem ser discutidas e levar à absolvição ou punição, mas o que nos interessa é que o homem é, em seu pensamento, livre. Mas mesmo assim é uma liberdade que não é liberdade. Veja: o homem criou muitas convenções e como dito existem os desvios de regra, e por isso apesar de sermos iguais, existem pessoas que são mais iguais que outras e isso destaca a diferença. E parece que o homem é fã de diferenças: repele de seu meio os indivíduos que considera diferentes, seja a diferença atributos físicos ou ideológicos, e ultimamente apesar de sempre ter existido: o monetário.
O valor do homem moderno, apesar de o ter sido também durante toda história, é medido pelo o que possui, e não pelo que pensa. O pensamento o faz livre, porém as suas posses o permite desfrutar de sua “liberdade”. Se o que possui não é suficiente para destacar o seu valor, ele pode até ser livre em seu pensamento, pois na realidade o é, mas é um escravo do sistema, tem que vender sua força de trabalho e se sujeitar ao que outros mensuram seu trabalho. Muitas vezes a remuneração não condiz com a dignidade humana, porém tem que se sujeitar ao trabalho sem reconhecimento pois o sistema não para, e ainda assim é livre em seu pensamento.
E mesmo divagando ainda não temos uma definição de liberdade. Segundo o dicionário Aurélio da Língua Portuguesa: Liberdade, condição de uma pessoa poder dispor de si; faculdade de fazer ou deixar de fazer uma coisa; livre arbítrio; faculdade de praticar tudo aquilo que não é proibido por lei; o uso dos direitos do homem livre.
Nota-se que mesmo havendo liberdade existe na definição acima, um cerceamento da própria liberdade: fazer tudo aquilo que não é proibido por lei. O que é proibido por lei pode ser algo tão absurdo que incita o descumprimento de regras, e mesmo a própria lei, sendo um conceito humano, se modifica com o tempo e evolui ou deixa de satisfazer certas necessidades.
Exercer a liberdade acarreta em sofrer suas consequências: podemos escolher deixar de trabalhar, mas não teremos dinheiro para continuar a ser livre. Podemos escolher nos tornar assaltantes, e fatalmente seremos punidos e daremos adeus à nossa liberdade. Então devido a isso temos que ligar o conceito de liberdade a outros conceitos para completá-lo. Talvez a paz, harmonia, temperança e comodidade completem o conceito de liberdade, pois como posso ser livre se em meus pensamentos carrego o peso de uma culpa, ou o desejo insaciável de posse?
Na atual conjuntura a liberdade está em falta: como podemos ser livre, nós, que temos grades nas janelas e portas de nossas residências? Uma das maiores máximas: “penso, logo existo” nos leva a pensar que o fato de existir está, no caso do homem, ligado diretamente ao ato de pensar. Ato este sendo uma faculdade pode e deve ser aprimorada. E a educação é o canal que propicia esse aprimoramento.

Durante séculos acumulamos conhecimento e desenvolvemos técnicas e tecnologias que nos facilitam a vida. E esse patrimônio da espécie humana deve ser passado para as futuras gerações. Ma como dito, há uma série de interesses e as vezes coisas importantíssimas são deixadas de lado para que alguns acumulem mais riquezas e dominem os mais fracos. Atualmente está cada vez mais nítido os problemas que envolvem a política econômica e social da educação. A educação faz o individuo, o retira das trevas da ignorância e o faz arquiteto de si, dando-lhe mais atributos para poder realmente dizer que é livre. A educação liberta. Então seria quase um crime não lhe dar a importância devida. Infelizmente é isso que acontece. A ignorância é ferramenta para escravizar moralmente as pessoas. Talvez não seja interessante para os poderosos não ter seus escravos morais e por isso se utilizam da retórica para politicamente desviar a atenção. Numa imensa nação de escravos morais fica fácil acumular riquezas, e isso é estatística: a riqueza está na mão de poucos, e principalmente daqueles que não são ignorantes.
Hoje em nosso país temos centenas de problemas, e poderíamos resolve-los com investimentos na educação. Com certeza o retorno desse investimento viria com as próximas gerações, e assim caminharíamos para construir uma nação. Mas não apenas uma nação e sim uma revolução de nossa espécie, com indivíduos aptos a dar a mão e não interessados em escravizar uma alma. Um pensamento até utópico, mas dentro de nós sempre existiu e existirá o desejo de ser cada vez mais perfeitos, com valores, respeito, heróis de verdade, sem medo de andar pelas ruas, ser livres e respeitando a liberdade de outros, e por fim estar em paz. Mas mesmo assim, e isso nos é uma lição, jamais devemos esquecer que um dia alguém, em algum lugar, decidiu que o que não era bom para si, era bom para o porco e o que não era bom para o porco não era, também, bom para si, mas poderia servir de alimento para seu irmão.

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